Patacala

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O estudo como um todo me transformou num ser mais cult..., o quartel deu-me algum caráter, algo de austeridade, e bastante disciplina...A vida me transforma, ainda hoje, num ser mais responsável e feliz... Tenho que pôr para fora a historiografia do espaço que me cerca...por mim, por todos que me cercam, pelos alunos e pelos meus amados descendentes... Quem sou eu, afinal? Sou pai, marido, militar, mestre, pesquisador, flamenguista e carioca....um tanto quanto crazy....mas impondo pitadas de juízo e seriedade, e retirando um outro tanto de rock´n roll, atesta-se experimentalmente, probabilisticamente e aprioristicamente que eu sou normal...
Reencontrar e lidar com um mundo de transliteração cerebral....passar e absorver opiniões...dialogar e transformar o abastrato em concreto...idéias...conhecimento...admiração...deve bastar até o fim dos meus dias...

Viajar é preciso....













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quarta-feira, 9 de junho de 2010

Meu pai...meu herói...

Meu Pai combateu alemães na Segunda Guerra Mundial, embarcado nos Navios de Guerra da Marinha do Brasil...quem for ao Espaço Cultural da Marinha pode ver o único Navio que resta daquela epopéia...O Navio Contra-Torpedeiro Baurú....ele foi um dos tripulantes, entre dezembro de 1944 e agosto de 1945, como Grumete...


Me lembro com os olhos marejados d'água, minha primeira visita naquela Belonave...eu tinha uns 8 anos e meu pai mostrou-me a metralhadora que ele guarnecia quando soava Postos de Combate....mostrou-me até o beliche em que dormia....que desconforto...

A Marinha do Brasil perdeu aproximadamente a mesma quantidades de homens que a FEB....numa tacada só, um torpedo alemão afundou o Cruzador de Alto-Mar Bahia, onde foram para o fundo 194 militares, entre Oficiais e Praças...apenas 50 sobreviveram ao afundamento e destes, alguns foram comidos por tubarões e outros 23 conseguiram sobreviver nas balsas, tendo em vista a demora no resgate dos sobreviventes...

Quando entrei no Colégio Militar, seu Antônio sempre ia me ver desfilar em continência ao Comandante, com sua boina verde de ex-combatente...era ótimo vê-lo se orgulhar de mim....mas triste e preocupante, quando tinha que resgatá-lo na enfermaria, após ter passado mal ao ouvir a salva de tiros de canhão de nossa artilharia...era só soar o primeiro estampido que ele começava a passar mal...traumas da guerra que ele levou para seu descando final...

Foi para o outro plano cedo, com 69 anos, em 1998...tal qual um Cisne Branco, em noite de Lua, navegando num mar azul...