Patacala

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O estudo como um todo me transformou num ser mais cult..., o quartel deu-me algum caráter, algo de austeridade, e bastante disciplina...A vida me transforma, ainda hoje, num ser mais responsável e feliz... Tenho que pôr para fora a historiografia do espaço que me cerca...por mim, por todos que me cercam, pelos alunos e pelos meus amados descendentes... Quem sou eu, afinal? Sou pai, marido, militar, mestre, pesquisador, flamenguista e carioca....um tanto quanto crazy....mas impondo pitadas de juízo e seriedade, e retirando um outro tanto de rock´n roll, atesta-se experimentalmente, probabilisticamente e aprioristicamente que eu sou normal...
Reencontrar e lidar com um mundo de transliteração cerebral....passar e absorver opiniões...dialogar e transformar o abastrato em concreto...idéias...conhecimento...admiração...deve bastar até o fim dos meus dias...

Viajar é preciso....













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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Férias


e


Os Estados Unidos contra John Lennon - Filmaço!!!

Os Estados Unidos contra John Lennon


Um belo e problemático documentário enfocando a face mais politicamente engajada do astro John Lennon, quando junto com Yoko Ono promovia protestos, participava de manifestações, escrevia e cantava músicas contra a guerra do Vietnã e pregava a paz.

O filme trata da reação do governo dos Estados Unidos (representado pela figura máxima da corrupção norte-americana, Richard Nixon) e a perseguição e a investigação promovida pelo FBI contra o casal e a todo o movimento de contra-cultura da época. Segundo a Yoko logo no começo do filme, eles não tinham idéia de como o dossiê do Bureu sobre eles era carregado. Mas embora nunca tenha havido uma repressão direta e franca, houve diversas dificuldades e problemas com a autoridade, principalmente quando tentaram cassar seu visto de permanência no país. A manobra política e interessada, no entanto, foi tão clara e explícita que não houve como, até eles conseguirem o visto permanente, o famoso green card.

Bom. É belo. Pelo trabalho extremamente meticuloso de procura de imagens, reportagens daqueles anos, depoimentos dos ativistas, políticos e artistas que ainda estão vivos. Os diretores (e roteiristas e produtores) David Leaf, John Scheinfeld partem da história e das atitudes de Lennon para montar um painel geral do sistema político de Nixon e dos movimentos de contestação em geral. Mas é claro! e inevitável a comparação imediata com o atual governo George Bush, inclusive as semelhanças são tão próximas que até assusta. Com a diferença de o atual não está passando por nenhuma crise como a do Watergate...

A fotografia é espetacular, os efeitos visuais são tremendos, e a direção ligeira faz com que assistamos o documentário com grande atenção e gosto. Além do que, a trilha sonora é da mais alta qualidade, obviamente.

E há os problemas. Não há como evitar a sensação de que essa ligeireza afeta a percepção dos autores e conduza a conclusões no mínimo 'rápidas'. Tendencioso talvez seja uma boa palavra. O filme está impregnado com a certeza absoluta de que as palavras e atitudes de John Lennon provocavam calafrios no governo a ponto de quererem expulsá-los do país. Uma cena emblemática neste sentido é quando mostram da prisão de um importante ativista e de um concerto de rock realizado para pedir sua libertação, onde Jonh não só compareceu, mas apresentou uma música inédita, feita em homenagem ao ativista, com o seu nome como refrão. No dia seguinte, ele foi solto. O didatismo e a edição são absolutos: prisão, protesto de Lennon, soltura do preso. Independente da veracidade dessa força política do cantor (pode até ser verdade, mas o filme não dá todos os elementos para validar isso; não basta a pura afirmação), esse é o eixo que movimenta toda a argumentação do filme: Lennon era um perigo absoluto para os Estados Unidos e por conta disso o FBI se mexia.